2S19 Msta-S
Um "autopropulsado" para vitórias táticas
Nos próximos três anos o exército russo irá receber 42 peças de artilharia autopropulsadas modernizadas Msta-S – este é um dos maiores contratos do anterior fórum Armiya 2016. Estamos falando da versão 2S19M2, um obuseiro autopropulsado aperfeiçoado de nova geração.
Obus autopropulsado ou um tanque?
Uma peça de artilharia autopropulsada é uma peça sobre chassi autopropulsado. Ela pode ser blindada ou não, sobre rodas ou lagartas, ter uma torre rotativa ou fixa. Algumas dessas peças com torre podem lembrar um tanque, mas são máquinas completamente diferentes. A diferença principal é a sua função básica: os tanques se destinam a participar diretamente dos combates, incluindo de proximidade, enquanto as peças de artilharia autopropulsada realizam apoio de fogo a partir de longas distâncias.
Tanque Peça autopropulsada
Canhão de tanque Armamento principal Obuseiro
Tiro direto Trajetória de tiro De tiro curvo
Aberto (por exemplo, contra outro tanque) Posição Protegida (dispara à distância contra fortificações)
Destruição de tanques e outro material blindado do inimigo Destino Destruição de fortificações, de meios de defesa antiaérea e antimíssil e de armas nucleares tátricas do inimigo
Blindagem pesada Proteção dinâmica e ativa Proteção Blindagem ligeira, meios de camuflagem
A gloriosa história das peças autopropulsadas

As peças de artilharia autopropulsada modernas são sobretudo obuseiros e peças de artilharia antiaérea autopropulsadas. Todas elas são “descendentes” das peças autopropulsadas soviéticas que em muito contribuíram para a vitória na Grande Guerra pela Pátria. No outono de 1942, as tropas alemãs testaram pela primeira vez em combate o seu tanque pesado Tigre – era ele que, na opinião de Hitler, deveria terminar a “guerra relâmpago” que estava demorando. O principal adversário do Tigre alemão foi a peça de artilharia autopropulsada soviética SU-122 – seu protótipo foi fabricado em apenas um mês e em finais de dezembro de 1942 as primeiras peças já tinham avançado para a frente de batalha. A primeira SU-76, criada na base do T-70, a SU-85 mais potente, criada na base do tanque T-34, a lendária SU-100, com proteção melhorada, a “heroína” da batalha de Kursk SU-152 – essas peças autopropulsadas soviéticas foram largamente usadas em todas as frentes da Grande Guerra pela Pátria na destruição dos tanques inimigos.

Substituindo a “dinastia das flores”

Depois da guerra, com o desenvolvimento da tecnologia, as peças de artilharia autopropulsadas de assalto e antitanque cederam temporariamente lugar aos sistemas de foguetes mais de desenvolvidos. Mas os foguetes não conseguiram substituir completamente as bocas de fogo, e a artilharia autopropulsada, depois de fortemente modernizada, regressou ao serviço. A principal evolução foi na direção do aumento do alcance máximo, da velocidade e da precisão de tiro. Em 1989, entrou em serviço o 2S19 Msta-S – um obuseiro de divisão autopropulsado com calibre 152 mm. Antes do início de sua fabricação, as fronteiras da URSS já estavam protegidas por peças usando bonitos nomes de “flores” – Acácia, Jacinto e Tulipa, mas a “corrida aos armamentos” entre a União Soviética e a OTAN exigia a continuação da melhoria de suas características de combate.

O novo veículo Msta-S recebeu um apelido menos poético. Do projeto da peça foi encarregado o gabinete OKB-3 da fábrica de veículos de transporte de Sverdlovsk. O 2S19 foi criado incorporando a transmissão do T-72 e o chassi do T-80. O Msta-S era superior ao Acácia em uma série de parâmetros, nomeadamente, em alcance de tiro – 29,06 contra 20,3 quilômetros. Uma série de problemas importantes foram resolvidos pela primeira vez de forma aplicada: foi obtida uma elevada velocidade de tiro, foi criado um sistema de comando de pontaria da peça, o que reduziu a quantidade de operações executadas manualmente pelo apontador, e concebido o sistema de descarga dos invólucros usados para fora do posto de combate.

Especificações principais
1
O Msta-S pode fazer fogo com uma peça disparando vários projéteis em sequência e usando trajetórias diferentes, atingindo eles o alvo quase em simultâneo.
Alcance máximo de tiro, km 29
Ângulo de elevação 68
Ângulo de declinação 4
2
O Msta-S pode fazer fogo contra alvos visíveis com tiro direto, inclusive em montanhas.
Tipos de alvos: armas nucleares táticas, baterias de artilharia e morteiros, tanques e outros veículos blindados, pessoal, meios antiaéreos e antimísseis e postos de comando.
3
O Msta-S abre fogo sem uma preparação adicional e depois da salva se retira rapidamente da posição de fogo.
Velocidade, km/h 60
Ângulo de ataque 25
Ângulo de inclinação 20
Altura de desnível, m 0.5
Profundidade de vau, m 1.2
Largura de fosso, m 2.8
Valores máximos
4
O Msta-S pode fazer fogo com munições transportadas na torre ou com munições carregadas do exterior.
O sistema de carregamento de munições é automatizado, a mudança para outro tipo de carregamento é realizada sem perda da velocidade de tiro, que é de 8 tiros por minuto.
Inovações em ação
O Msta-S está equipado com todos os sistemas de bordo eletrônicos modernos necessários, que permitem resolver de modo rápido e eficaz todas as tarefas de navegação, comunicação e de tiro, o que o torna em uma arma de artilharia moderna e altamente eficaz.
2S19 Msta-S
Svetlana Alikina
Sergei Zhukov
Pavel Karaulov
Elena Kostomarova
Maksim Kuteynikov
Konstantin Emzev
Pavel Shorokh

O projeto foi preparado com base nos dados fornecidos pela corporação Uralvagonzavod.

Foto: Uralvagonzavod; Ria Novosti (Yakov Chalil, Vasily Savransky, Petr Bernshtein, Gleb Spiridonov, Vladimir Galperin, David Trachtenberg, Yevgeny Biyatov, Vitaly Ankov, Vadim Zhernov, Pavel Lisitsyn.

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