Passados mais de dois meses após a tragédia de Brumadinho, o número de mortos identificados subiu para 224. Mais 69 seguem desaparecidos, de acordo com a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais. A barragem da mineradora Vale rompeu em 25 de janeiro, fazendo com que uma onda de lama devastasse instalações da empresa, deixasse dezenas de desabrigados, contaminasse o rio Paraopeba e causasse perda completa de colheitas. Operações de busca e resgate pelo mar de lama continuam ininterruptas.

O dia 13 de março entrou para a história com o massacre que ocorreu na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). O tiroteio deixou 10 mortos, incluindo os dois atiradores que se suicidaram após realizar o ataque. Além de fazer os brasileiros pensar nos motivos que levaram dois jovens a realizar a crueldade, o massacre em Suzano trouxe de volta à discussão pública o polêmico assunto sobre flexibilização de armas que está dividindo a sociedade brasileira há tempo.

Jair Bolsonaro cumpriu uma das suas promessas eleitorais, assinando em 15 de janeiro o decreto que facilita a posse de armas. A reação dos brasileiros foi diferente: uns ficaram satisfeitos com a medida alegando o direito do cidadão à autodefesa, outros se opuseram à decisão do presidente. O principal argumento daqueles que são contra a flexibilização do acesso a armas é que esta medida aumentará ainda mais a violência existente no Brasil.

No dia 8 de abril, o presidente da República anunciou a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. O substituto é Abraham Weintraub, professor universitário, que, de acordo com Bolsonaro, "possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta". Dias antes (5) do anúncio, Bolsonaro já tinha mencionado a possibilidade de demitir o ministro.

Ricardo Vélez Rodríguez fez algumas declarações polêmicas nos últimos meses, dentre elas, que universidade não é para todos, que escolas deveriam filmar alunos cantando Hino Nacional e ecoando slogan de Bolsonaro e que livros didáticos fossem revisados na maneira como tratam o regime militar e o golpe de 1964.

Além disso, desde o início do seu mandato foram efetuadas mais de dez trocas em cargos importantes do MEC. O período de Vélez na liderança do ministério foi caracterizado por disputa entre dois grupos: os militares e os seguidores de Olavo de Carvalho, o guru do novo governo, que indicou alguns ministros para a atual gestão.

Na página do Twitter do presidente brasileiro, usuário frequente da rede, as acusações contra a mídia não são raridade. O descontentamento com as chamadas notícias falsas até fez com que Bolsonaro chegasse a afirmar que "sofre fake news diárias". É verdade que a grande mídia brasileira, desde as eleições, costuma criticar o presidente e sua família. Os "adversários" mais repetidamente mencionados são a Folha de São Paulo e o Estadão. A mídia responde com investigações das contas no Twitter. No fim de março, o Globo denunciou uma rede ilegal de usuários apoiadores de Bolsonaro que estaria agindo a favor do presidente.

A ida para o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, foi a primeira viagem internacional do presidente brasileiro.

Discursando no fórum, Bolsonaro preferiu dar foco ao seu sucesso nas eleições e nos assuntos internos do Brasil e aproveitou a oportunidade para fazer promessas sobre a futura prosperidade do país.

Ao se referir à política externa, o presidente mencionou o fim do viés ideológico na construção das relações internacionais, postura que, de acordo com vários analistas, vem sendo violada pelo próprio Bolsonaro.